quarta-feira, 7 de março de 2012

Coisas estranhas

Estou aqui incomodada, com um aperto no peito que nem eu compreendo. Ora pois que os pais do meu Caixote finalmente passaram o negócio que tinham e voltaram para a terra deles. Ele, naturalmente, continua a trabalhar no estabelecimento, até porque é o emprego que tem, um emprego seguro, e eu estou cá e temos o nosso negócio, não íamos naturalmente a lado nenhum.
Se eu nunca gostei dos meus sogrinhos é porque cá tenho os meus motivos. Não tanto pela maneira como eu sempre fui (des)tratada, mas pela maneira como vi que ele sempre foi tratado: foi explorado anos a fio sem receber nenhum por trabalhar 11 ou 12h por dia, é o pau para toda a obra e tapa buracos dos restantes funcionários, não recebe nenhum acto de carinho e é exigido de tudo e todos.
Agora que eles já cá não estão, e porque têm noção de que na vida dele sou eu, eu, eu e depois eles (thank God), a mãe liga-me constantemente para querer saber como é que as coisas vão e exigir que vamos lá, porque sabe que eu tenho de amansar a fera. Eu de manhã disse-lhe para virem eles cá, dado que nós não temos carro desde dia 1 de Janeiro (bela entrada de ano, pifou e venderam-no) nem dinheiro para andar a gastar gasóleo para lá e para cá. Disse-lhes para virem eles cá, dado que nem estão a trabalhar e têm mais que um carro e dinheiro... Não ligou. Voltou a telefonar-me de tarde com a mesma conversa, eu disse-lhe o mesmo, e ouvi a resposta "Não, nós aí não vamos, venham vocês". Eu bem argumentei que não, que nós não temos carro nem nada e resposta brilhante "Vem no carro da tua mãe!". Expliquei que não podia, até porque o carro da minha mãe tem de ser arranjado e disse-lhe que é muito mais fácil para eles virem cá... Ela disse para eu falar com ele, irmos lá e que depois me ligava de novo, ignorou completamente o que eu estava a dizer e ainda tinha o marido atrás a exigir.
E aquilo meteu-me uns nervos, juro, eu não percebo como se pode ser assim... estou aqui com um aperto porque só me apetece responder, só me apetece gritar-lhes que não têm ideia de como puseram o meu Caixote nos últimos dias, porque me parte o coração ver como ele está magoado com as atitudes deles desde há anos mas uma em particular nos últimos tempos, parte-me o coração vê-lo chorar ainda outro dia a falar sobre isto... a minha mãe diz que até se sente mal, ainda hoje esteve a conversar com ele e diz que ele já estava quase a chorar de novo, magoadíssimo e a sentir-se mal pela posição em que o colocaram, ela que o adora de uma maneira impressionante diz que nem consegue conceber como é que pais fazem isto...

Eu não entendo, sei que só posso odiar quem faz isto a quem amo. E eu sei que o que estou aqui a escrever não faz sentido nenhum porque vocês não sabem da minha nem um décimo, mas é um desabafo. Pais egoístas, mesquinhos, como é possível?

14 comentários:

Maria disse...

oh minha dear :S Nem todos têm pais "pais" dos que ajudam. Acredite que vejo muitos pais a ajudarem e a darem TUDO para filhos que até a cara lhes viram, que tratam mal os pais e que às vezes nem um obrigado. O seu marido parece ser alguém que sempre esteve lá para ajudar e é assim? Acho que sim, que deve falar o que lhe vai aí na alma da próxima vez que a sra telefonar. Mãe que é mãe saberia as atitudes que tem não é? Um beijinho e mime o seu caixote. Beijinhos

Conto de Fadas disse...

Ai Maria, o problema é que eles nunca puderam comigo porque lhes "roubei" o filho, no dia em que eu abrir a boca nunca mais falamos... estou com uma camada de nervos daqui à lua!

Sim, hoje até eu que não sou de mimos vou mimar. :)

Administrator disse...

Eu também sou das que "roubaram" o filho... não conheço a história, mas consigo imaginar o que sentes. Também já vi o meu marido sofrer horrores nas mãos da mãe...

Mary Silva disse...

Podemos não saber a "missa" toda, mas nas tuas palavras senti sofrimento e cansaço.Sei que é difícil mas tenta não ficares assim tão magoada com pessoas que não merecem, tenta conversar com ele, tu e ele e tentem levar a vida devagarinho mas para a frente sem muita convivência com quem vos magoa, porque esse tipo de pessoas jamais irão mudar continuarão sempre assim mesquinhos e egoístas só a pensar no seu próprio conforto independentemente de terem ou não noção da magoa que estão a causar no próprio filho.
Beijinho enorme ,o)

NI disse...

Concordo com os comentários anteriores. E, por muito que custe, por vezes há que dizer as verdades mesmo que as consequências não sejam as melhores porque há limites para tudo.

Beijo

Petra disse...

É horrivel mas pais abusadores e exploradores e ingratos é o que não falta infelizmente. beijo

Conto de Fadas disse...

Pfffff... só o que vos digo. Ele veio agora aqui, perguntou pelo telefonema e já só se ri. É mesmo chato isto.

Devaneios.de.mestra disse...

Vá, um jantar e uma boa conversa contigo e amanhã ele está bem. Quantos aos pais, que se lixem. Não valem a pena... Vai ficar tudo bem vais ver, ele já tem amor em casa (na vossa) :)

Conto de Fadas disse...

Devaneios, obrigada pelo carinho, com certeza que cá em casa temos e muito. :)

Kami disse...

Como eu te entendo..... :(

Sentimento de Mim disse...

Têm-se um ao outro para se apoiar. Os pais dele têm de perceber as vossas razões.

Cláudia disse...

Esse tipo de desilusão é a que dói mais...
Compreendo a tua tentativa de ser conciliadora, mas há alturas em que, se calhar, o melhor é mesmo cortar o mal pela raiz. Quando temos uma pedra no sapato, às vezes a única solução é mesmo deitar o sapato fora de uma vez por todas.

Ele precisa de ti, mostra-lhe que tu, ao contrário de outros, estás disponível para dar tudo. O resto surge naturalmente.
Força e beijinhos

Conto de Fadas disse...

:) Obrigada pelo apoio, bem sei que não sou a única a sofrer deste mal... Não se entende mas isto é mais que comum.

Se hoje receber um telefonema, ele está cá e quem vai atender é ele. Portanto, se calhar não vão gostar da resposta.

Bombocaa disse...

os pais dele n entendem q ninguém rouba ninguém a ninguém...q qd se tem 1 filho...é mmo pr o deixar ir.
Comigo iriam sofrer horrores...tenho o "mau hábito" de dizer tudo o que penso...doa a quem doer.