segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A doença do esquecimento

Ao ver a reportagem da TVI sobre a doença de Alzheimer, não consigo deixar de recordar avô que, durante os últimos 20 anos de vida, sofreu de Alzheimer e Parkinson ao mesmo tempo. Todos sentimos que foi um alívio para ele quando morreu (para ele e para a minha avó, que sempre quis cuidar dele sozinha), foi demasiado tempo a sofrer. Os últimos 7 anos foram passados acamado, em estado vegetativo.
Lembro-me de ser pequena e de o ouvir a discutir com a televisão da sala e a dizer que o António Guterres o queria matar. A minha mãe conta muitas vezes que, por mais que uma vez, foram chamados os bombeiros porque ele gritava que a casa estava a arder, e uma altura quase se mandou da janela porque achava que as cortinas estavam a arder.

Esta doença assusta-me. Nunca mais quero ver ninguém passar por isto. Nunca quero passar por isto. Não há nada pior do que isto, do que esquecer os que amamos, os que nos amam, aquilo de que gostamos, esquecer as pessoas, esquecer os afectos, esquecer toda a nossa vida.

3 comentários:

Geri disse...

Vi tambéma reportagem e confesso que com o coração apertado. É das doenças que mais me assustam, só peço nunca ter ninguém que goste a passar por isso.

Rui Caldeira disse...

Eu vi a reportagem . Hãn ? Qual reportagem ? . . .



Brincadeiras à parte, também já passei por algo semelhante e é um bocado triste.


Beijinhos lagartais

dinona disse...

Eu não gosto de ver essas reportagens, porque me chocam, fico completamente abatida com os que as pessoas sofres (doentes e família)... e felizmente ainda não tenho ninguém conhecido com isso, mas tremo só de pensar na ideia.