sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O Édipo devia estar louco...


Em pequenina eu devo ter tido um rasgo de complexo de Édipo, porque o meu pai era a pessoa que eu mais adorava. Apesar de ele trabalhar sempre longe e de só o ver de meses a meses, lembro-me de chorar na cama mais a minha irmã a cantar uma música estúpida que dizia "volta para mim pápá". Do distante que hoje esses episódios me parecem, até me dá vontade de rir deles.
Conforme cresci, comecei a aperceber-me que o meu pai não gostava de estar em casa. Falava torto à minha mãe, chamava-nos nomes, criticava constantemente o meu irmão e eu detestava isso, estava sempre de mau-humor e, no pouco tempo que cá estava, estava sempre com a minha avó - mãe dele - e amigos, e não connosco.
A certa altura comecei a deixar de ter saudades dele, e passei a ver no meu tio o pai que ele não era. O meu tio sempre foi preocupado e atento connosco. Não é meigo nem demonstrativo, mas olha para nós como se fossemos filhos.
Um dia, já crescidos, o meu pai magoou a minha mãe. Magoou-nos mais a nós, porque quem mexe com ela mexe em dobro connosco. Saiu de casa, sem pré-aviso.
O sentimento? Impressionantemente, e embora ache que a minha mãe não sabe, foi de alegria por ele ter ido embora e por tê-la deixado finalmente. Um homem que só é um fardo, bem que pode sair de cima!
Agora somos só nós e ela cá em casa, mais os três gatos. Apesar de algumas dificuldades normais, geradas por um pai que pouco quer saber de nós, somos muito felizes. A minha mãe agora é muito mais bonita, mais cuidada, mais confiante, mais sociável.
O meu pai é simplesmente cada dia menos nosso pai.

Dez coisas que odeio em mim.

Apesar de gostar muito de mim mesma, há algumas coisitas que até eu odeio em mim, quanto mais os outros, cujos olhos às vezes só conseguem ver o pior das pessoas:
- Odeio ser tão stressada com tudo;
- Odeio preocupar-me em exagero e dois meses antes já estar a pensar nas prendas de Natal;
- Odeio o facto de muitas vezes estar de mau humor só porque sim;
- Odeio ser tão perfeccionista e querer que os outros o sejam;
- Odeio pensar sempre que tenho razão;
- Odeio ser muito orgulhosa;
- Odeio não dar nunquinha na vida o braço a torcer;
- Odeio não conseguir abraçar aqueles que mais amo;
- Odeio não conseguir dizer o que sinto de bom em relação às pessoas, na cara;
- Odeio não conseguir dançar na discoteca porque não me consigo soltar.
Bah!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Home sweet home


Ontem vim para casa, a minha casa em Viana. Gosto de estar no Porto, porque estou na faculdade, estou com as minhas amigas, há sempre novas ruas (e lojas!) para descobrir, há sempre um novo café onde entrar.
Em Viana já não há nada disso. Já são quase 21 anos a ver as mesmas ruas, os mesmos sítios, mesmos cafés, mesmas pessoas. Apesar disso, adoro estar em casa, muito embora esteja quase sempre a trabalhar ao fim-de-semana - hoje coube-me degustação de Kinder Délice, vou ser atacada pelos esfomeados!!!
Gosto de estar em casa porque tenho cá a minha mãe, que está quase sempre no computador. E o meu irmão, que está mesmo sempre no computador. E os gatos Fred, Tobias e Figo, que só não fazem mais asneiras e mais mijadelas em casa, porque não conseguem. Tiram-me do sério... Um anda com o cio, o outro só mia por comida, e o mais magro só mija. Viva a alegria!
Mesmo assim, não há sítio onde mais goste de estar do que este, com os meus. Não importa chegar à cama e ter de mudar a roupa toda às três da manhã, porque eles fizeram lá uma mijita. Ou ouvir a minha mãe sempre a mandar vir.

É assim que nós somos felizes, com todos os contratempos que a vida e aqueles que menos o deviam fazer nos trazem.

domingo, 18 de outubro de 2009

Hola cariño!

Pois é, parece que a Caixa voltou ao activo! O namorado está de férias e, como isso é como o eclipse lunar - só acontece de anos em anos -, tem de se aproveitar ao máximo! Como eu não posso tirar muitos dias, fomos passar um dia e noite a Lisboa e visitamos o zoo (adoro sempre!) e o Chiado, voltei à faculdade na quinta e agora estivemos uns dias em Pontevedra, no norte de Espanha. Gostei muito, deu para descansar e experimentar comidas novas.
Bem se vê que não são tugas, coitados... :) Não havia nada de jeito para comer, só tapas, bocadillos, zorza, croquetas, and so on... Basicamente comemos no Burguer King, porque nem MacDonalds havia - aquilo só pode ser o famoso Terceiro Mundo!
No entanto, também experimentamos essas coisas à moda de Espanha, embora não tenhamos ficado grandes apreciadores.
Foi assim e, resumidamente, gostei muito!
Adenda: Ontem até ouvimos um casal no truca-truca no hotel. A rapariga manifestava-se bem alto, enquanto se ouviam uns "Toma! Toma!" por parte do parceiro. Interessante...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Temos condutora!


Pois é meus amigos... PASSEI NO EXAME DE CONDUÇÃO! :-D Estou super feliz!

Cá vai o relato: fui fazer exame com um rapaz, o Daniel. Era muito simpático mas, coitado, era a quinta (e última) vez que estava a fazer exame. Estava super nervoso e contagiou-me (isso pega-se!).
O primeiro a fazer exame foi ele, por sua opção. Começou logo mal, faz muitas asneiras - segundo o instrutor, "passou o exame a fazer azelhices". O engenheiro era um antipático, só criticava, dizia-lhe que ele não sabia contar as saídas, deixava-o ainda mais nervoso. Deixou o carro ir abaixo, subiu passeios, etc. Saiu do carro a chorar.
Depois era a minha vez: o engenheiro começou logo a fazer perguntas às quais não sabia responder. Fiz tudo muito bem até chegar à parte das manobras. Nunca tinha feito um estacionamento em subida, fiz hoje; nunca tinha feito inversão de marcha em subida, fiz hoje; nunca tinha feito contorno de passeio, fiz hoje e subi o passeio. Ele comigo também foi muito rigído mas começou a ser mais simpático quando lhe respondi que ia fora da faixa de rodagem porque a guia estava apagada da estrada (aqui o meu instrutor deu-me um murro no banco). Começou a perguntar o que fazia, o que queria seguir, falamos do CEJ, das notas...
No fim paramos e perguntou se já tinhamos carro. Disse que até me portei bem mas o Daniel fez muitas asneiras mas que lhe ia dar o benefício da dúvida. Deu-nos as guias a sorrir e desejou-nos muitas felicidades. :-D Podes crer que estava feliz!
O meu instrutor disse que é um milagre termos passado, mas que o caso da Daniel ter passado é que foi mesmo estranho e que só passamos porque o instrutor engraçou comigo quando lhe respondi (educadamente e a sorrir) e depois teve pena do outro...


Quero lá saber! Passei e é o que interessa! Estou contente!