Faz amanhã 4 anos que eu e Dom Caixote saímos pela primeira vez. Consta que o homem, na primeira vez que me viu entrar no seu local de trabalho (cerca de um ano antes, ainda eu namorava com o meu falecido que dizem que agora é bruxo), pensou que eu era a mulher mais linda que já tinha visto e se apaixonou por mim. Foi ele que disse, eu não concordo mas pronto, se ele diz é porque é.
Adiante.
Durante esse ano, eu ia à pastelaria onde ele trabalhava comer o meu bolinho ou beber o meu pingo e o rapaz metia-se comigo. Ou fazia perguntas sobre mim à minha mãe (que também lá ia) ou à minha irmã (que também lá ia) e lembro-me perfeitamente de uma tarde que eu estava lá - literalmente - a chorar o outro que diz que agora é bruxo e ele se meteu comigo e eu não lhe achei graça nenhuma.
Um dia, com o descaramento que lhe assiste, eu estava a escolher um bolo e ele perguntou-me se Eu não queria comer um poveiro (que é um bolo)... E eu disse-lhe que não, e ele ria-se feito parvo. E depois voltou a perguntar à mesa, e a minha mãe perguntou-lhe És da Póvoa tu, não és? e ele todo satisfeito respondeu que sim. Um espirituoso este meu Caixote...
E assim foi, um dia comecei a pensar que o rapaz nem era mau de todo e pronto, ele tanto se metia comigo que eu até comecei a achar graça. Uma tarde de um sábado, quando estava lá com a minha família a lanchar, a minha irmã - que é uma despachada - foi à beira dele (sem o meu consentimento) dizer Ouve lá, tu queres o número dela ou não? e pumba, espeta-lhe com um papel com o meu número. Afinal, o rapaz andava há um ano a meter-se comigo e a anunciar isso a toda a minha família, mas não avançava.
Reza a história que ele ainda se fez de caro e disse algo tipo Mas foi ela que mandou? , ao que ela respondeu Não, mas ela não se importa!
Na sexta-feira seguinte estava eu à espera da minha mãe, que trabalha ao lado, e recebo um telefonema. Vejam só, andava há um ano com piadolas e só ligou 6 dias depois! Consta que foi para não parecer desesperado. Eu não conhecia o número e atendi. Do outro lado ouço um pervertido Hoje estás muito bonita... toda de azul... e entro em pânico a pensar que era um tarado qualquer, olho para todo o lado e lá o vejo, engraçadinho a rir-se ao telefone. Aproximei-me, demos dois beijinhos (os primeiros) e ele perguntou se eu não queria sair um dia destes, ou no dia seguinte (noite de S. Pedro na Póvoa) ou na segunda (dia de folga dele). Eu disse que podia ser... no dia seguinte ele mandou-me uma mensagem para irmos sair mas eu já tinha planos e ficou para segunda, dia 30.
Dia 30 lá fomos nós almoçar. Foi-me buscar e fomos até Esposende. Comi uma merda, um arroz nojento e um bife também nojento. Ele pagou, cavalheiro. O almoço durou até às 17h30. Foi levar-me a Viana, voltou à Póvoa para jantar (ele é de lá, apesar de na altura trabalhar em Viana e viver cá durante os dias de trabalho) e depois mandou-me mensagem para estarmos juntos de novo. E lá voltou ele a Viana, fomos a um café mais umas horas e depois voltou à Póvoa de novo.
Saímos de novo terça. E saímos de novo quarta e houve amassos mas não houve poucas-vergonhas, só um bocado. Fomos até à casa dele e, quando disse que me doía a cabeça, por duas vezes me trouxe supositórios para as dores, até que à terceira (já a morrer de vergonha) abriu a caixa antes de ma trazer e verificou que eram comprimidos orais. Foi um momento inesquecível.
No domingo seguinte, já depois da meia-noite (portanto já era segunda) ajoelhou-se junto à cama e pediu-me em namoro. E aí sim, poucas-vergonhas.
Não é lindo? AhAhAh