Pessoas que acham que os negócios alheios têm de ser a Santa Casa da Misericórdia só podem ser palermas. Eu sou uma boa pessoa, disso tenho a certeza; mas também sei que amigos amigos, negócios à parte...
Nem sei quantas pessoas já me apareceram na loja, sem me conhecerem de lado algum, e me pediram para vender as suas coisas na loja. Se eu fosse por elas, já vendia doces, compotas, fraldas, bolachas, bonecos, vestidos de criança, mil e uma coisas que elas fazem e que eu deveria vender na loja, só porque sim, sem qualquer factura e a arriscar-me a uma multa jeitosa se lá fosse uma inspecção.
Se fosse por elas, eu deveria doar todos os dias peças da minha loja para todas as causas solidárias porque tenho essa obrigação, porque eu sou rica, pessoas com negócios próprios só podem ser ricas e têm essa obrigação.
Se fosse por elas, em vez de promover os meus produtos, eu deveria era fazer da minha página online comercial uma montra de promoção dos produtos alheios ou, melhor, uma montra solidária.
Então eu esclareço: aquilo que eu conquistei, fi-lo sozinha. Custou-me muito, exigiu muito investimento financeiro, pessoal e mais de 12h diárias em já quase 2 anos. O meu negócio serve para eu me sustentar, para eu ganhar o meu dinheiro e não para dar a ganhar aos outros, só porque sim. Já fiz algumas parcerias em que ambos ganhávamos, nesse caso perfeito, mas é só. Se eu quiser divulgar causas solidárias, ou participar nelas, faço-o porque eu acho que devo (como já o fiz e faço), não porque os outros mandam ou porque tenho essa obrigação porque não a tenho. Tenho tanta quanto vocês portanto, se estão assim tão interessados, façam-no e não queiram obrigar os outros.
Isto tudo porque, infelizmente, as pessoas que contactam a pedir para isto e para aquilo, seja para si ou para os outros, nem sempre têm a empatia que devem e acham que eu sou obrigada a participar eu tudo, a ajudar em tudo, a divulgar tudo, a vender tudo o que querem, a dar tudo aos outros. Eu não sou rica, 'tá? Só sou uma rica pessoa mas isso, da última vez que vi, ainda não pagava contas.