Hoje estou numa de também dar a minha opinião acerca da eutanásia, tão falada nos últimos dias à custa da italiana Eluana Englaro, há 17 anos em estado vegetativo e cujo pai pede agora aos tribunais italianos para que lhe sejam desligadas as máquinas que (ainda) a mantêm viva.
É este "viva" que me faz confusão e é por aqui que se inicia a minha opinião, pois não considero isto vida. Quanto muito é um forçar da vida e um
sobreviver, mas de modo algum viver!
Então se não se vê, não se fala, não se ouve, não se pensa, não se mexe, não se toca, só se respira...
i rest my point...Espero que nunca venha a estar ou a ter alguém neste estado. No entanto, espero que se um dia ficar assim, alguém,
por favor e por amor, me desligue as máquinas. Não preciso de continuar a respirar - porque também já não sinto nada -, nem de estar a ser um fardo para ninguém, nem de estar a fazer sofrer aqueles que me amam cada vez que olham para mim e não têm um olhar de volta, e muito menos de estar a ocupar uma cama de hospital que podia estar disponível para quem dela
realmente precise para viver.
Vida não é isto. E não vale a pena respirar para apenas sobreviver.
A vida começa e termina exactamente onde tem de ser, pelas leis da mesma. Não vale a pena nós, meros humanos, tentarmos forçar uma coisa que não
está destinada a...Antes de considerar a eutanásia um direito (que considero) ou um dever moral (que também o considero porque, porra, não há que obrigar alguém que muito provavelmente, pelo menos no presente caso, não quereria continuar viva a continuá-lo por mais 17 anos ali, como um pedaço de madeira sem qualquer reacção), considero-a uma salvação.
Haja mais pais assim, que antes de pensar em si e pensar "Não posso perder a minha filha", antes pensem "A minha filha não quereria continuar assim".