quinta-feira, 28 de junho de 2012

Partiu, pagou.

Uma das coisas básicas para mim é que, se parto alguma coisa num estabelecimento comercial, pago ou pelo menos ofereço-me para pagar (se o estabelecimento recusar, tudo ok).
Deveria ser evidente para toda a gente que, se partimos aquilo que não é nosso - salvo em casos excepcionais, em que a disposição dos artigos assim o provoca ou em que realmente foi mais culpa da própria loja do que do cliente -, deveremos pagá-lo. Infelizmente para a maioria das pessoas não é assim... confundem lojas como um Pórtico, que tem um sistema de seguros gigante por trás, como uma loja como a minha, por exemplo, que paga do bolso o que os clientes partiram.
Sempre que alguém partiu algo na minha loja, nunca fiz ninguém pagar, limitei-me a dizer "Não se preocupe com isso" com um sorriso e acabou. Mas realmente fiquei sempre espantada porque foram muito menores as pessoas que se preocuparam com o facto de terem partido alguma coisa do que aquelas que assumiram a postura do "Parti, que se lixe, vai pró seguro!". Aí é que está: não vai para seguro nenhum porque o seguro não me cobre isto, portanto pago eu do meu bolso estes prejuízos causados por pessoas que não têm cuidado no manuseamento das peças. Procuro ter todas as peças bem distribuídas e afastadas, mas parece que há sempre alguém que pensa que está em casa, atira ao chão, parte e vira costas e sai da loja, sem sequer um pedido de desculpas. Já houve gente que saiu e ignorou o facto de ter partido; já houve gente que partiu e pousou no balcão com a expressão de Ups, partiu-se sozinho! e nem sequer se dispos a pagar; já houve gente que quase nos culpou por ter partido as coisas.

Acho incrível isto, que eu considero de uma falta de educação terrível. E não estou a falar concretamente da minha loja, estou a falar da minha experiência enquanto pessoa que já trabalhou em imensas lojas de artigos susceptíveis de serem quebrados, como o Gato Preto ou a Rendinhas D'Avó e viu estas situações acontecerem dezenas de vezes e as figuras que algumas pessoas são capazes de fazer para não pagarem aquilo que partiram.
O mais incrível é que geralmente quem faz estas cenas é gente que tem dinheiro. Lembro-me de há uns anos ter sido tratada mal numa destas lojas por uma das pessoas mais ricas de Viana que partiu uma peça de uns 10€ e nós, enquanto funcionárias (e porque até tínhamos colada na parede a previsão legal do "quem parte paga", assim como eu hoje tenho na minha loja), sermos obrigadas a dizer-lhe que teria de pagar o que quebrou. Foi uma festa que só visto, uma gritaria e quase ofensas.

Isto não deveria ser evidente? Se estragamos o que não é nosso, não deveríamos ver logo que temos de pagar?

6 comentários:

Rita disse...

Eu juro que fico parva com coisas destas. É de um egoísmo brutal. Enfim... tens mesmo que ter muita paciência!!!

Cláudia disse...

é triste as pessoas não saberem o seu lugar e não se incomodarem minimamente com o facto de estarem ou não a prejudicar alguém.

GATA disse...

É tudo uma questão de educação, e cada vez há mais falta da dita...

Há uns tempos fui a uma loja chinesa, onde até vou com alguma frequência, comprar incenso. Nunca tinha partido nada, porque tenho sempre cuidado, mas há sempre uma primeira vez! :-)

Não sei como, passei e parti uma jarrinha, apanhei um susto e fiquei super envergonhada, mas chamei logo a chinezinha, acusei-me e ofereci-me para pagar (a jarrinha custava 2,50 euros)!

A cena que se seguiu foi digna de filme non-sense!
ELA: no paga!
EU: pago, pago!
ELA: no, senhola, no paga!
EU: pago, pago!
An so on... :-)

E pronto, não paguei, mas ofereci-me para varrer os cacos! :-) Mas também não aceitaram! LOL

Conto de Fadas disse...

GATA, mas tu és uma moça bem educada e sabes que, se se parte, pelo menos fazemos a boa figura de nos dispormos a pagar... se não aceitam (como eu nunca aceitei) é outra questão. ;)

Maria.Fonseca disse...

Você e a sua irmã apesar de serem gémeas são bastante diferentes não são? não é de todo uma crítica, mas você parece-me mais madura e sensata. (isto, tendo em conta aquele episódio do bolo. Provavelmente, e tendo em conta o que aqui diz, teria agido de maneira diferente)

Conto de Fadas disse...

Maria.Fonseca Somos gémeas verdadeiras e muito unidas mas é claro que temos bastantes diferenças. :-) O episódio do bolo foi mais uma graça que outra coisa, enfim!