A propósito de um comentário que recebi no post anterior - que respondi educadamente, apesar de não concordar nada -, pus-me a pensar que realmente há uma coisa que se tem de manter sempre bem clara: uma coisa sou eu no trabalho, outra coisa sou eu fora do trabalho.
No trabalho, sou educadíssima com os clientes, faço-lhes as vontades todas, alguns querem ver 1001 vídeos, 1001 fotos, querem que eu faça vídeo assim, assado, com isto aqui, com isto acolá e eu faço, na boa, porque sei que a seguir vendo e porque eu própria tenho necessidade de ver bem as coisas antes de comprar online. No entanto, há clientes que querem mandar em mim, no sentido de dizerem coisas tipo "Tem obrigatoriamente de me embrulhar isso com esta cor", "Tem de me enviar isso sem falta hoje" (quando me pagaram há uma hora), "Tem de me fazer um vídeo assim", "Tem de me mandar isto sem falta" e nem chegam a confirmar se já o fiz antes de disparatarem. Há também clientes que, por preguiça, desleixo ou simplesmente esquecimento, não cumprem os prazos de pagamento, e são de antemão avisados que eu não vou ter as coisas reservadas além desse prazo. Não cumprem, não querem saber, respondem dali a dias ou semanas e, oh! , se já não tenho a peça que queriam ainda se viram a mim... isto são casos raros (2 ou 3 desde que a loja abriu), claro está, e eu respondo sempre educadamente mas não vou, de maneira nenhuma, deixar de comentar aqui que não gosto que me façam isso, não admito que me faltem ao respeito ou que me falem torto só porque são clientes.
Os anos que tenho de atendimento ao público permite-me dizer, com toda a certeza, que o cliente NÃO tem sempre razão e que não pode falar connosco como se fossemos fardos de palha. Se eu respeito, respeitam-me; se eu sou educada, assim o sejam comigo.
Não é porque tenho um negócio que me tenho de tornar acéfala e abanar com a cabeça "sim" a tudo. Não tenho de o fazer nem o vou fazer nunca porque, antes de ser empresária, sou uma pessoa.
Aqui, eu sou a A. No blog da loja, sou a lojista; no facebook da loja, sou a lojista; na loja, sou a lojista. Mas aqui, e fora da loja, eu sou a A. E quando alguns clientes me encontram na rua e páram a falar comigo, eu farto-me de falar e rir e dizer disparates. E eles voltam, porque as pessoas vão muito às lojas por causa de quem está atrás do balcão... e se calhar é o facto de ser tão transparente que faz com que elas voltem e gostem, e algumas minhas clientes online já as considere minhas amigas. Algumas delas todos os dias me escrevem, me perguntam se estou bem, mandam-me prendas, são uns amores de pessoas... e eu igual com elas, claro... ainda hoje a irmã de uma delas, que eu adoro adoro adoro, vai ser operada e eu mandei-lhe uma prenda, um cartãozinho, e mandei-lhe uma mensagem porque me importo mesmo, e porque gosto mesmo delas.
Porque eu sou uma lojista mas também sou uma pessoa. Mas aqui, no meu blog, sou só a A. E a A. não vai deixar de escrever porque pode algum cliente andar por aqui e não gostar do que lê ou não gostar de ver as coisas feias que eu escrevo sobre os clientes... Eu escrevo a falar mal sobre situações em concreto, não é sobre os clientes! Já tive uma cliente malcriada como tudo, que me falou mal e faltou ao respeito e cancelei a venda e acabou o assunto, aliás, ela nem queria nada, só me quis mesmo chatear; e agora tive esta senhora, que até era simpática, mas a questão é que eu não gostei que ela ligasse para a minha loja a barafustar comigo quando nem sequer foi ver os meus emails, não gostei e disse-lhe isso por email, e tudo na boa, porque as pessoas têm de compreender que isto é um negócio, não é a casa da mãe joana e que eu não tenho de ouvir gritaria quando, quer dizer, a culpa é delas...
Portanto se amanhã houver alguma pessoa a dar show, conto-vos de novo. Sem filtros, isto é o meu blog. :) Quem não gostar, olhe... que não me compre. Mas eu sei que gostam, senão não andariam aqui e continuariam a fazer-me encomendas. Porque isto sou eu.
6 comentários:
Eu distingo a A-blogger da A-empresária, mas gosto de 'ambas as duas' :-) E se o blog é teu, só tu e apenas tu deves fazer o que quiser!
Eu quero é que fique bem claro que eu também não confundo cada pessoa com a sua parte profissional... também não quero que confundam comigo.
Por mim, "clarito como água" :-) Até porque não tenho razão de queixa de ti nem como pessoa nem como profissional. Até admiro a tua luta laboral.
Também nunca tive queixas, graças a deus. :) Só tive uma situação mais chata duas vezes, mas nada de especial...
Acho muito bem, as pessoas tem que aprender a distinguir os momentos. Já mencionei mas volto a repetir, adorei o teu atendimento, a rapidez e eficácia com que me ajudas-te uma vez por volta do natal, muita educação, simpatia, prestável e sociável, adorei o trabalho e a simpatia que tiveste para comigo, és uma profissional e uma pessoa fantástica. Beijinho
Mary, obrigada! Trato como gosto que me tratem, apenas isso... e como detesto que me andem a azucrinar nas lojas, deixo as pessoas à vontade para mexerem em tudo, estão em casa delas! Acho que assim as coisas correm bem... :) E é como digo, é muito fácil atendermos felizes quando gostamos do que vendemos!
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