Há uns tempos a minha irmã escreveu sobre isto no blog dela e agora a situação repetiu-se. Desta vez foi uma senhora que entrou a disse "Pode-me assinar a folha para o desemprego, é para o meu irmão". E eu respondi "Eu não assino porque eu não estou a pedir ninguém. É mais certo ir entregar num sítio onde estejam a pedir e deixar o curriculum, e aí assinam". Responde-me ela "Mas você não está a perceber, não é para deixar nada, é só para deixar a folhinha em como vim procurar emprego". E eu respondi "Pois, mas na verdade não está a procurar porque nem está a querer deixar curriculum e está a entregar num estabelecimento onde sabe que não estão a colocar ninguém, por isso não está de facto a procurar. Tanto que isso até é do seu irmão". E fartou-se de insistir, a dizer que eu não estava a perceber, que não ia deixar nada e que era só para assinar a folha... e que ficava ao meu critério, mas não incomodava nada. E que eu estava errada porque assim ninguém encontrava emprego. E eu respondi que alguém que só quer assinar a folha, nem sequer vem pessoalmente e nem traz curriculum não está à procura de emprego. E não parava de me contrariar a dizer que era só para assinar e não deixar nada.
E a determinada altura eu disse "Pronto, está bem, não assino, não está certo e não vou cooperar com essas atitudes na altura em que estamos" e lá foi embora, a dizer que ficava ao meu critério e com cara de quem está a pensar que eu estava a ser uma maldosa criminosa. Crime é andar a viver de subsídios e não procurar trabalho mesmo na altura em que estamos. Se quer trabalhar, traz curriculum e oferece-se e aí sim, eu assino. Mas procura mesmo.
E a determinada altura eu disse "Pronto, está bem, não assino, não está certo e não vou cooperar com essas atitudes na altura em que estamos" e lá foi embora, a dizer que ficava ao meu critério e com cara de quem está a pensar que eu estava a ser uma maldosa criminosa. Crime é andar a viver de subsídios e não procurar trabalho mesmo na altura em que estamos. Se quer trabalhar, traz curriculum e oferece-se e aí sim, eu assino. Mas procura mesmo.
11 comentários:
Tenho a dizer-te que se fosse comigo eu teria sido assim ainda um nadinha menos simpática.
Há gente sem vergonha na cara, é o que é!
Como é que este país há-de andar para a frente!
Cláudia, é que me irritou a contrariar-me e a insistir! Arre!
Rita, não vai... andam um a viver às custas dos outros. E não digo isto de quem está a usufruir de subsídio de desemprego - porque isso é um direito de quase todos nós (meu não, por exemplo, embora dê 190 euros mensais à segurança social). Digo isto de quem vive do subsídio e não quer trabalhar, e arrasta o subsídio por quanto tempo der sem procurar.
É preciso lata, realmente... conheço gente com formação superior que tem andado a bater à porta de todas as fábricas da região para conseguir qualquer coisa, nem que seja a lavar as casas de banho... e depois há os outros que não precisam de trabalhar porque têm rendimentos mínimos e todas as benesses e mais algumas por serem "pobres, coitadinhos". Ainda há pouco soube de um caso de uma pessoa que ganhou no período de Natal bem mais do que eu ganho no ano inteiro, mas recebeu em dinheiro, por baixo da mesa, para poder beneficiar do rendimento mínimo e de todas as regalias associadas...
Ana, se todos fizerem como tu não direi que os "xicos-espertos" terminem mas que são capazes de diminuir, lá isso é verdade.
Para esse tipo de pessoas existe uma palavra "feia" mas bem apropriada:"chulos".
as pessoas adoram viver de enganos e trapassas... se pretende trabalhar que procure efectivamente, que lute por isso... mas pelos vistos decidiu só angariar uns "carimbos" num passeio pela baixa...
Há dias aconteceu ao meu pai uma cena do género: "Meta-me aqui um carimbo no papel!"
Assim, sem mais nada, nem bom dia, boa tarde...
Não, não teve sorte. Claro.
Não se pode colaborar com isto... não se pode pá, tantos sacrifícios para este país andar para a frente... eu não colaboro mesmo!
Olá :) vim meter nariz e não posso deixar de comentar esta situação, cuja realidade conheço tão bem, de ambos os lados.
Encontro-me desempregada há quase um ano, com algumas pausas com subsídio suspenso para exercer actividades temporárias de 2/3 semanas a recibo verde. Não pedi, até hoje, uma única "declaração de procura activa de emprego" (ou essa folhinha que te pediram para assinar). E não pedi porque as dezenas de currículos que envio por semana, em respostas a anúncios e candidaturas espontâneas, são suficientes para provar junto do IEFP que sim, estou desempregada mas esforço-me - activamente - para mudar a situação. E se esses emails são suficientes para fazer prova junto do IEFP, recuso-me a pedir declarações, carimbos e assinaturas de cada vez que entrego candidatura pessoalmente... porque vou à procura de oportunidade de trabalho, não vou à procura de carimbos. Já trabalhei em RH e emiti várias declarações dessas e assinei e carimbei várias folhas... alguém que se apresente como candidato, mesmo que não tenha na empresa conhecimento de vagas em aberto mas que toma iniciativa de fazer uma candidatura espontânea, sim, é alguém que está à procura (activa) de emprego e é com sentido de dever e respeito que lhe assino a declaração.
Mas aconteceu-me alguns que vinham apenas pedir o carimbo, recusando preencher ficha de candidatura e outros que recusavam ofertas adequadas à sua formação e experiência, dentro da sua área de residência e sem justificação credível para a recusa e antes de sair pediam "olhe, pode assinar, é por causa do subsídio..." - a estes recusava assinar e ainda fazia uma ameaça que era uma mentirinha (maldade, eu sei, mas era vê-los logo a tremer e a levar a folha em branco): "olhe, sabe que temos um compromisso com o Centro de Emprego e se assinarmos a declaração também temos de comunicar que recusou a nossa oferta ou outras recusas que venha a fazer daqui em diante". Era vê-los com medo. Sim, porque há muita gente encostadinha aos subsídios, é vergonhoso.
Esse que mandou a irmã recolher assinaturas para ele, provavelmente está a receber subsidio e a trabalhar ilegal, recebendo sem declarar. Ou seja, rouba-nos a todos.
Enfim... tudo isto para dizer que fizeste muito bem. Eu teria feito o mesmo e provavelmente ainda seria mazinha o suficiente para pegar na folha (para ela ver que fixava o nome) e ameaçaria denunciar ao IEFP, de certeza que terminaria a conversa do "fica ao seu critério".
Bom trabalho :)
Obrigada, era mesmo disso que eu gostava de ler: mais informação para ver que estou correcta! Eu já assinei aqui na loja de duas pessoas que me deixaram curriculum "para se algum dia eu precisasse". Aí tudo bem, estão empenhados e dispostos a trabalhar. Agora como é que alguém está disposto a arranjar emprego se nem sequer traz um curriculum, dados, nem se apresenta e manda a irmã? Vão mas é passear, roubar ao caraças, isto é um roubo e é inadmissível nesta altura de tantos cortes a todos!
Dando-te razão mas fugindo um pouco à questão, não sou contra os subsídios porque ninguém está livre do desemprego - eu já passei por isso e aquele dinheiro era valioso!
Estou contra, sim, a falta de fiscalização, e quem diz subsídio de desemprego, diz de reinserção social: alguém é capaz de explicar-me porque é que o ranhosos dos romenos recebem esse subsídio, se nunca trabalharam e muito menos descontaram para a nossa Segurança Social?!
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